Ilude-se aquele que pensa que existe família perfeita.
Trata-se de um mito que promove o marketing de “propaganda de margarina”, por
exemplo. Famílias são complicadas desde a criação do ser humano, evidenciando
conflitos e desafios familiares por muitas e muitas gerações. Basta avaliar a
trajetória de personagens bíblicos ou dos grandes heróis da fé. Haja
imperfeição!
Em um contexto atual em que a imagem vale mais que o
conteúdo, o risco de ser iludido é ainda maior. Entre sorrisos e abraços, fotos
são postadas em redes sociais e quase impõe uma verdade absoluta de que pais,
mães e filhos vivem em perfeita harmonia. Pretensões a parte, sempre será
fundamental depender de Deus para que um lar seja edificado em meio aos
escombros, atropelos, poeiras e imensos sacrifícios do cotidiano dos mortais.
Da mesma forma, mães não são perfeitas. São
constituídas de muito cansaço, ansiedade, arrependimentos, insatisfações e
blá-blá-blá… Podem ser mulheres diferenciadas, mas são tão somente mulheres. No
entanto, é a partir delas e de sua finitude que Deus promove grandes obras a
favor da família. Sim, há mães tão imperfeitas que sequer se julgam capazes de
cuidar de seus filhos, muito menos de fazer parte de um ministério que abrange
mães que oram por eles. Um certo sentimento de incompetência lhes invade a
mente.
Eis uma outra ilusão: pensar que mães são
absolutamente bem sucedidas em sua missão de educar. E quando o mito da mãe perfeita é enganoso,
acaba tomando o lugar de Deus na configuração familiar. Porque muito se lê
sobre pais emocionalmente saudáveis que conseguem criar filhos emocionalmente
saudáveis. Mas Deus sabe muito bem o quanto somos doentes nas emoções. Sendo
assim, não importa a dor que foi gerada na família nem o grau da enfermidade de
cada um, vale deixar acontecer o milagre da superação acima da imperfeição.
É fato: filhos precisam ser educados com o melhor de
nós mesmos e não com o pior, mesmo que nos sintamos mães absurdamente tão imperfeitas.
E se acreditamos que só o amor cura, restaura, transforma, vai ser sensacional sentir
o poder de Deus sobre todos os mitos que nos impuseram ao longo da vida.
Porque “ainda que a figueira não floresça, nem haja
fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam
mantimentos; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja
vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”
(Habacuque 3.17-18). Viva a alegria de Habacuque! Viva todas as mães
imperfeitas, mas garantidas e trabalhadas nas mãos de Deus!
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