sábado, 29 de junho de 2013

Tecnologia e um bote salva-vidas para a família


A influência do impacto da tecnologia sobre a família é inegável e tem surpreendido não apenas no comportamento familiar, como nos índices de consumo. No mercado editorial, por exemplo, nove milhões de brasileiros já lêem livros digitais. De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, há cerca de dez mil títulos em formato digital atualmente no Brasil. Em 2012, grandes livrarias virtuais chegaram ao país, como Amazon, Google Play e a iBookstore, da Apple.

Entre variadas constatações e mudanças de cenários sociais, cresce também a necessidade de alertas que sinalizam certos perigos que chegam junto com essa overdose tecnológica. Novas terminologias e linguagens vão desenhando um novo formato de comunicação. E a realidade é óbvia: todos estão conectados.

A “Geração Facebook” sinaliza uma reconfiguração de comportamento. Muitos adolescentes usam o celular quase como uma extensão do próprio corpo e não falta público que utilize o smartphone como uma espécie de prótese. Por todos os lugares, uma avalanche de informações sobrecarrega adolescentes, sempre agarrados aos seus celulares. Ninguém mais conversa. Eles se comunicam via SMS, revelando uma atitude que revela uma “presença ausente”, quando quem parece estar no local, na verdade, não está. Outra referência, também embutida no Facebook, revela que em datas especiais, as pessoas preferem mandar mensagens do que telefonar. Se antes alguém deixava de visitar um amigo enlutado e preferia telefonar, hoje o telefonema foi substituído pelos torpedos ou pelos comentários nas redes sociais. Conclusão: aniversários são parabenizados virtualmente.

No Youtube, outra preocupação ronda a mente de muitos pais, quando vêem seus filhos envolvidos nos conhecidos “Desafios”.  Divulgado no canal de vídeos, uma infinidade de opções causa um misto de comédia e pavor. O “Desafio da canela”, por exemplo, é feito por centenas de adolescentes que experimentam uma colherada de canela em pó e passam mal depois da ingestão. Outras experiências estão na lista dessas brincadeiras e, na maioria das vezes, muitos familiares mal sabem que isso acontece.

A tecnologia também possibilitou outra espécie de alerta: o cyberbullying, um fenômeno descontrolado na grande rede. Um rapaz de 15 anos foi vítima de humilhação, apenas porque tinha dislexia, um distúrbio que afeta a área da leitura, escrita e soletração. “Três ex-colegas me perseguiam com piadas. Meus pais iam dar queixa, mas acabei revidando com uma campanha contra a ignorância na escola, explicando o que era a dislexia”, ele escreveu.  

No Facebook, outra armadilha é desconhecida por muitos. Trata-se do aplicativo gratuito que promete resolver uma questão de forma discreta: alguém sente atração sexual por um amigo, mas não sabe se é correspondido e tem medo de tomar um fora. Usando o Bang With Friends, que já atraiu 160 mil usuários apenas 11 dias após seu lançamento, um usuário recebe o sinal se pode ser ousado ou não.

A tecnologia tem vantagens e desvantagens. No meio de tantas oportunidades para o bem ou para o mal, é imprescindível que a família se aproxime de seu filhos a fim de perceber potencialidades ou ameaças e procure saber que espaço as tecnologias ocupam no cotidiano de casa. Outro questionamento é sobre os motivos que tem levado filhos ou casais a utilizarem as tecnologias em excesso. Afinal, os pais têm mesmo interesse nos games que os filhos jogam, conhecem o conteúdo que eles acessam na Internet ou quem são as pessoas com quem eles se relacionam nas redes sociais?

Acredito que seria ótimo se pais se especializassem em gestão de riscos na família. Poderiam buscar conversar com outros pais sobre o uso das tecnologias em casa e saber, por exemplo, quais os interesses do filho além do mundo virtual. Será que possui relacionamentos importantes além do espaço virtual? Essa e outras perguntas podem demonstrar se a pessoa é um viciado em Internet e que limites devem ser negociados com a família.
 
Que tal instalar o programa Spy para monitorar, de forma imperceptível, tudo o que os filhos fazem no computador? E se muitos já fizeram campanhas ou jejuns de televisão, por exemplo, vale a pergunta final: quem é capaz de passar um dia inteiro sem conexão com a Internet ou sem um celular? (muitos risos)

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